domingo, 23 de janeiro de 2011

Eucalipto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Como ler uma caixa taxonómicaEucalyptus
Eucalipto
Eucalipto
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Subfamília: Leptospermoidae
Género: Eucalyptus
Espécies
Mais de 700: Ver Lista de espécies do género Eucalyptus
Wikispecies
A Wikispecies tem informações sobre: Eucalipto
Eucalipto (do grego, eu + καλύπτω = "verdadeira cobertura") é a designação vulgar das várias espécies vegetais do género Eucalyptus, ainda que o nome se aplique ainda a outros géneros de mirtáceas, nomeadamente dos géneros Corymbia e Angophora. São, em termos gerais, árvores e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceania, onde constituem, de longe o género dominante da flora. O género inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo apenas um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné e Indonésia, e mais uma espécie (a mais setentrional) no sul das Filipinas. Adaptados a praticamente a todas as condições climáticas, os eucaliptos caracterizam a paisagem da Oceania de uma forma que não é comparável a qualquer outra espécie, noutro continente.

Índice

[esconder]

 Descrição geral

Flor

A primeira descrição botânica do género foi da responsabilidade do botânico francês Charles Louis L'Héritier de Brutelle, em 1788. O nome do seu género, que poderia ser traduzido do grego como "boa cobertura" faz referência à capa ou opérculo que cobre os órgãos reprodutores da flor, até que cai e os deixa a descoberto. Este opérculo é formado por pétalas modificadas. De facto, o poder atractivo da sua flor deve-se à exuberante colecção de estames que cada uma apresenta, e não às pétalas, como acontece com muitas plantas. Os frutos são lenhosos, de forma vagamente cónica, contendo válvulas que se abrem para libertar as sementes. As flores e os frutos do eucalipto são, de facto uvas .
Folhas (jovens e adultas), flores e frutos de Eucalyptus globulus

[editar] Folha

Quase todos os eucaliptos têm folhagem persistente, ainda que algumas espécies tropicais percam as suas folhas no final da época seca. Tal como outras mirtáceas, as folhas de eucalipto estão cobertas de glândulas que segregam óleo - este género botânico é, aliás, pródigo na sua produção. Muitas espécies apresentam, ainda dimorfismo foliar. Quando jovens, as suas folhas são opostas, de ovais a arredondadas e, ocasionalmente, sem pecíolo. Depois de um a dois anos de crescimento, a maior parte das espécies passa a apresentar folhas alternadas, lanceoladas a falciformes (com forma semelhante a uma foice), estreitas e pendidas a partir de longos pecíolo. Contudo, existem várias espécies, como a Eucalyptus melanophloia e a Eucalyptus setosa que mantêm a forma juvenil ao longo da sua vida. As folhas adultas da maioria das espécies, bem como, em alguns casos, as folhas juvenis, são iguais nas duas páginas do limbo, não existindo a habitual distinção, nas folhas, de página superior e página inferior. A maior parte das espécies não floresce enquanto a folhagem adulta não aparece. A Eucalyptus cinerea e a Eucalyptus perriniana constituem duas das raras excepções.
Casca espessa e protectiva

Casca (súber)

O súber, ou casca da árvore, tem um ciclo de permanência anual, podendo as várias espécies de eucalipto agruparem-se segundo a sua aparência. Nas árvores de casca lisa, cai praticamente toda a casca, deixando uma superfície de textura plana, por vezes manchada de várias cores. Nas árvores de casca rugosa, o ritidoma persiste agarrado ao caule enquanto vai secando lentamente. Muitas árvores, contudo, apresentam diferenciação a este nível, com casca lisa no topo e casca rugosa na base do tronco. De entre as árvores de casca rugosa, podemos distinguir:
  • De casca fendida - que apresenta longas fibras que se podem destacar em peças compridas. Apresenta ritidoma espesso e com textura esponjosa.
  • De casca dura - de aspecto rugoso e profundamente fendido, o seu ritidoma aparece geralmente saturado de uma resina exsudada pela planta que lhe dá uma coloração vermelho escura ou mesmo negra.
  • Tesseladas - com a casca fragmentada em flocos distintos, formando mosaico. Os fragmentos, que vão caindo com o tempo, têm semelhança com a cortiça.
  • Em cofre - composto por fibras de curta dimensão. Apresentando, algumas, tesselação.
Eucalyptus regnans com mais de 80 metros, numa área de exploração madeireira extensiva na Tasmânia
  • Em faixa - em que a casca sai em longas e estreitas peças, ainda que aderentes em determinadas partes do caule. Podem aparecer na forma de longas faixas, fitas resistentes ou em pedaços que encaracolam.

Eucaliptos no Brasil

Foi implantado no Brasil em 1909 pelo engenheiro agronômo Edmundo Navarro de Andrade, então funcionário da Cia. Paulista.
No Brasil existem extensas áreas plantadas, sobretudo, no Estado de Minas Gerais, que possui cerca de 2% do seu território ocupados com Eucaliptos. Um dos grandes municípios produtores do país, que há mais de trinta anos desenvolve a silvicultura, é o município mineiro de Itamarandiba.
Atualmente esta cidade é um dentre os diversos pólos da produção de mudas clonais de Minas Gerais e do Brasil.

Géneros relacionados

Um pequeno género botânico de árvores similares, Angophora, conhecido desde o século XVIII, tem vindo a ser considerado, desde 1995, graças a evidências principalmente genéticas, um género mais próximo de algumas espécies que pertenciam género Eucalyptus, pelo que se decidiu criar o género Corymbia.
Ainda que em géneros separados, os três grupos estão intimamente relacionados a nível genético, pelo que é perfeitamente aceitável que sejam vulgarmente designados como eucaliptos.

Importância economica

Feller-buncher em colheita, no Brasil
Algumas das suas espécies foram exportadas para outros continentes onde têm ganho uma importância económica relevante, devido ao facto de crescerem rapidamente e serem muito utilizadas para produzir pasta de celulose, usada no fabrico de papel, carvão vegetal e madeira.
Alguns defendem que a plantação de eucaliptos permite evitar o corte e abate de espécies nativas, para tais fins, pelo que seriam uma opção adequada a terras degradadas, promovendo-se a economia onde são cultivadas.
Contudo, o assunto mantém-se polémico.
Uma das espécies mais comuns, na Península Ibérica, é o Eucalyptus globulus.
Na América do Sul existem também extensas plantações das espécies E. urophylla e E. grandis.

Polémica

O E. globulus foi introduzido na Califórnia em meados do século XIX, estando presente em muitos dos parques citadinos de San Francisco e noutras cidades do litoral daquele estado. A partir do seu uso como ornamental, naturalizou-se, sendo hoje considerado uma espécie invasora devido à sua capacidade para se implantar rapidamente nos habitats de clima mediterrânico da região, substituindo a vegetação nativa[1]. Nesse sentido, tem-se vindo a proceder na Califórnia à sua completa erradicação do solo. Também em Portugal esta árvore se comporta como uma espécie invasora embora nenhuma medida de erradicação tenha sido levada a cabo sobretudo devido ao valor económico da espécie. Contudo, dado que o eucalipto consegues absorver grandes quanidades de água no verão, apresenta vantagem competitiva sobre as demais espécies vegetais, com consequências nefastas para a biodiversidade das florestas. Outra polémica em torno desta espécie prende-se com os fogos florestais, um flagelo recorrente em Portugal na época de verão. De facto os eucaliptos encontram-se entre as espécies que mais iniciam e propagam fogos florestais, e, simultaneamente, fazem parte das espécies mais resistentes ao fogo [2]}}. É possível que em Portugal muitos dos fogos florestais suspeitos de serem originados por queimadas ou incêndios criminosos sejam na realidade resultado da auto-combustão dos óleos voláteis libertados pelo eucalipto, especialmente nos dias de calor mais intenso e nos locais com maior concentração de eucaliptos.

Eucaliptos na cultura

Aspecto de um povoamento florestal de Eucalipto
As "coolibah trees", referidas na famosa canção tradicional australiana Waltzing Matilda, são eucaliptos das espécies Eucalyptus coolabah e Eucalyptus microtheca.

Veja também

Referências bibliográficas

  • Eucalyptus (Myrtaceae). PlantSystematics.org. Página visitada em 2007-03-01.
  • Silvicultura aplicada). UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS -DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS. Página visitada em 2007-03-01.

Ligações externas

domingo, 16 de janeiro de 2011

Cangurus, cobras e coalas são afetados pelas inundações na Austrália

Cangurus, cobras e coalas são afetados pelas inundações na Austrália

De Eric Bernaudeau (AFP) – Há 1 hora

BRISBANE, Austrália — Cobras refugiadas em escombros flutuantes, cangurus que chafurdam em águas lamacentas, e até um tubarão arrastado pela enxurrada até as ruas de Brisbane: a rica fauna australiana também sofre com as inundações que golpearam o nordeste do país.

Segundo as associações protetoras de animais, as chuvas, que afetaram uma região do tamanho da França e Alemanha juntas, deixando pelo menos 17 mortos em Queensland, destruíram em parte o hábitat de animais selvagens, que morreram em grande número ou estão muito enfraquecidos.

A enxurrada, agora observada no sul do país, arrastou a vegetação onde vivem coalas, lagartos, rãs, e terá um impacto profundo na fauna, segundo a Associação Australiana de Veterinária.

"A primeira constatação é de que morreram muitos animais", declarou Robert Johnson, especialista em fauna selvagem. "Mas o problema a longo prazo é a fragilidade dos que sobreviveram, privados de alimento porque seu hábitat desapareceu em parte.

Numerosos marsupiais jovens, como cangurus e wallabies, poderão morrer nos próximos meses, devido a infestações por parasitas e a escassez de comida.

Cangurus pequenos também podem ter sido arrancados da bolsa da mãe pela força da correnteza, e muitos se afogaram, contou Leanne Taylor, diretora do serviço de informação e proteção da vida selvagem (WIRES).

"Fontes de alimentação dos cangurus, como as raízes, foram arrancadas, aumentando o perigo de que morram de fome nos próximos meses", alerta.

Desde o começo das inundações, a Sociedade Protetora de Animais (RSPCA) está retirando e colocando os animais em refúgios temporários.

Em Brisbane, onde milhares de pessoas estão em abrigos de emergência, foi levantada a proibição de levarem juntos os animais domésticos.

A 100 km, em Lockyer Valley, onde aldeias inteiras foram varridas do mapa, a clínica veterinária de Gatton abriga animais "cobertos de barro, mas que surpreendentemente apresentam poucos ferimentos", explica Bob Doneley, que dirige a clínica.

"Mas estão mortos de fome e de medo", conclui.

Ante as mudanças da natureza, as espécies selvagens refugiam-se, às vezes, nas casas.

A Austrália possui sete das dez serpentes mais venenosas do mundo, e entre elas a taipan e a serpente-tigre representam um perigo real no centro de Queensland. Os crocodilos de água salgada aproveitaram as inundações para se aproximarem de cidades como Rockhampton, no litoral.

A noroeste de Brisbane, um caçador de serpentes foi chamado para proteger uma equipe de socorristas neozelandeses.

Copyright © 2011 AFP. Todos os direitos reservados.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Menino morre após salvar irmão menor em enchente na Austrália (Postado por Erick Oliveira)

O adolescente australiano Jordan Rice, de 13 anos, sacrificou a própria vida para salvar o irmão Blake, de 10, que estava com ele no interior de um carro que foi arrastado e engolido pelas águas do rio Fitzroy, em Toowoomba, no Estado de Queensland, na segunda-feira (10).
A história de Jordan e Blake foi relatada à mídia australiana nesta quinta-feira pelo construtor Warren McErlean, de 37 anos, que estava no centro da cidade quando a água chegou subindo rápido e arrastando tudo que estava no caminho.
Ele olhou para o carro parado perto dele. Lá estavam a mãe, Donna, que também morreu na enchente, e os dois filhos, Jordan e Blake.
A água, segundo McErlean, cobria a placa do carro. Ele pensou em ajudar os três a saírem do carro, mas não teve tempo. Neste momento, uma enorme parede de água, com uma correnteza muito forte, tomou conta de tudo.
'Em apenas 10 segundos, a água subiu mais de 20 centímetros, encobrindo o para-brisa do carro. Peguei uma corda e amarrei num poste próximo. Com muito esforço consegui chegar até o carro e prendi a corda nele. Pedi a Jordan para se segurar em mim, mas ele disse que sabia nadar e insistiu para que o irmão Blake fosse resgatado primeiro', disse McErlean.
'Peguei Blake nos braços e o levei para um lugar seguro onde estava um bombeiro, Chris. Voltamos juntos para resgatar Jordan e a mãe. Chris segurou uma das mãos de Jordan, mas a correnteza estava muito forte e uma outra onda veio e nos atirou longe do carro.'
'Quando eu consegui me levantar olhei para Chris e vi nos seus olhos que estava tudo acabado. A corda arrebentou e o carro desapareceu no meio da correnteza levando junto Jordan e Donna', contou o construtor aos jornais locais.