domingo, 14 de dezembro de 2008

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sábado, 6 de dezembro de 2008

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tardia e sem valor (Fato do Dia)

Mauro Braga e Redação (Tribuna da Imprensa)

O cidadão que reside em uma grande metrópole, hoje, encara o grande desafio diário de não se transformar em mais uma vítima da rotineira violência. Como se fosse possível, ainda que com toda a precaução. O terror e o caos não marcam hora para engrossar as estatísticas, nem tampouco respeitam grades, seguranças ou cadeados.

Dentro de casa ou nas ruas, o perigo é enorme. Sem uma visão pessimista do quadro, a verdade é que a insegurança bate na porta de todos. E quando registra novos números transfere para a Justiça a árdua tarefa de decidir pela compensação financeira ou não, do estrago feito.

O Estado do Rio e a casa de espetáculos Via Show, na Baixada Fluminense, foram condenados pela juíza Geórgia Vasconcellos da Cruz, da 6ª Vara da Fazenda Pública da Capital, ao pagamento de R$ 300 mil de indenização por danos morais aos pais do jovem Geraldo Sant'Anna Júnior. Ele foi assassinado com mais três amigos por policiais militares que trabalhavam como seguranças da casa de espetáculos, em 2003. Geraldo teria sido confundido com um criminoso no estacionamento da casa onde comemorou o aniversário de um colega. Os quatro jovens apareceram mortos três dias depois em um terreno baldio, em um município vizinho.

Além de todo o sofrimento e a morosidade judiciária, aos pais do rapaz restou apenas uma indenização sem o menor valor. A perda é e sempre será irreparável. A prática descabida em vários sentidos dos chamados agentes da lei, manchou a imagem pública, a credibilidade cada vez menor do cidadão diante das autoridades e a vida de uma família. Dinheiro, a essa altura, se torna um simples detalhe. Revoltante!
Abandono

A situação de Campos, no Norte fluminense, está de mal a pior, segundo o ex-governador do Rio Anthony Garotinho. O peemedebista afirmou, ontem, que o atual prefeito, Alexandre Mocaiber (PSB), sumiu do mapa. Não aparece em público e suas ordens não são obedecidas nem por seus secretários.
Farra

Garotinho, sem papas na língua, foi mais longe. Garante que "a turma que já gostava de roubar dinheiro público está aproveitando a ausência do prefeito para `meter a mão´ ainda mais". Já tem até briga de foice no raspa-raspa dos cofres públicos em todas as secretarias, pagando despesas que não foram realizadas e deixando dívidas para serem pagas pelo governo Rosinha. " (...) o povo está debaixo d'água e o prefeito debaixo da lama", assinalou.
Cumprimento

A Secretaria Estadual de Educação anunciou, ontem, durante audiência pública das comissões de Educação e de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), que irá contratar professores para dar aulas de Filosofia e Sociologia e, desta forma, cumprir a Lei federal 11.684/08, que inclui as disciplinas na grade curricular do ensino médio.
Acelerado

"O Estado já deu alguns passos neste sentido (...), mas isso precisa ser acelerado. O Conselho Nacional de Educação estabeleceu o prazo até 2011 para implantação gradativa das novas matérias. Tomamos conhecimento, de forma objetiva, sobre o tema e atuaremos no que for necessário", afirmou o deputado Paulo Ramos (PDT).
Sem tráfico

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), garantiu que o comércio de drogas no Morro Dona Marta, em Botafogo, na Zona Sul da cidade, acabou. Entretanto, corre à boca miúda que a bandidagem não fez nada de diferente do que já foi praticado em ocasiões anteriores. Estão entocados em morros vizinhos na expectativa da poeira baixar.
Cadê?

Claro que a população quer mais é viver com tranqüilidade e segurança. Mas isso depende do empenho policial, o fim da corrupção nas corporações e a confirmação do que é apalavrado pelas autoridades. Para quem não lembra, no início do ano passado, Cabral disse que "o tráfico no Complexo do Alemão tinha dia e hora para acabar". Quase nada mudou na região.
Solidariedade

As correntes de solidariedade aos desabrigados de Santa Catarina se proliferam pelos quatro cantos do Brasil. Em todos os níveis sociais e independentemente das condições, quem pode, tenta dar sua contribuição. Em Porto Alegre, presos farão um dia de jejum, amanhã, para doar o alimento às vítimas das chuvas. A decisão partiu dos próprios detentos. Mais de uma tonelada e meia de alimentos como arroz, feijão, farinha de mandioca e de milho devem ser revertidos para doações.
"Pardais"

Com novas informações e duas leis, uma municipal e outra estadual, a prefeitura do Rio decidiu apagar os "pardais" das 22h às 6h da manhã. O decreto foi publicado no "Diário Oficial" do Munícipio, ontem. Quaisquer registro eventual de multas por falha nos equipamentos ou outros motivos, no período do desligamento, serão considerados nulos pela Secretaria Municipal de Transportes.
Alternativa

Ainda ontem, o prefeito eleito, Eduardo Paes (PMDB), sobre a questão, disse não ter certeza se é a solução mais viável para o problema. "Acho que tem que se definir critérios à noite e em áreas perigosas ter limite de velocidade maior. Em vez de desligamento, que tal iluminar e cuidar melhor de determinados trechos?", questionou.
Cancelamento

Paes aproveitou para pedir ao prefeito Cesar Maia que avalie os próprios atos. Sua equipe trabalha para cancelar medidas anunciadas por Maia no fim de seu governo e revisar outras. Um decreto suspendendo alguns atos de seu antecessor deve ser publicado assim que tomar posse. Parece até partida de tênis. O cidadão só observa a bola ir de lá para cá e vice-versa.
Frase do dia

"O presidente Lula contornará a crise se ele tiver responsabilidade fiscal porque, até agora, o governo aumentou muito o gasto público, especialmente com pessoal, como se a arrecadação fosse crescer indefinidamente. Agora é que vão começar haver dificuldades. Então, daqui para frente, é que nós vamos saber se o governo vai ser capaz de administrar". (Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao comentar a crise mundial)